Carta aberta!
Nunca foi apenas sobre pescar!
Irrigado pelas minhas certezas e confiante nas minhas convicções inerrantes eu sempre dizia:
"Pescar não é pra mim, não nasci pra isso. Ficar na beira do rio esperando o peixe fisgar o anzol, passar o dia todo e ter 1 ou 2 fisgadas. Não tenho paciência pra isso não."
Infelizmente, no auge dos meus 30 anos eu não fui capaz de entender que ir pescar não era sobre pescar peixes, não era sobre fisgadas e quantidade... era sobre ter um tempo de convivência com meu pai.
O tempo que a rotina do dia dia nos rouba. O tempo que nunca temos para sentar e conversar.
O tempo que sempre passa rápido. No fim de semana que sempre queremos dormir mais pra compensar o tempo perdido.
Acordar às 4h da manhã pra ir pescar? Mas eu precisava dormir até tarde para tirar o atraso.
Ou tenho coisas mais importantes para resolver.
Quando a presença não é mais acessível, repensamos nossas decisões, e entendemos seu valor.
Repense!
Talvez o café da sua mãe seja amargo, mas tome mais cafés com ela.
Talvez pescar não seja seu hobby favorito, mas pesque mais com seu pai.
Talvez você não suporta os filmes que seu companheiro gosta, mas assista mais filmes com ele.
No final... você não lembrará do sabor amargo do café, não se lembrará de como era entediante aguardar o peixe fisgar o anzol e nem o nome daquele filme chato...
O que ficará eternizado em nossa memória serão os momentos com as pessoas amadas.
Não sou dono da verdade, mas um conselho que dou, esteja com os seus, independente das circunstâncias, pois uma hora não poderá mais.
Vivenciamos o sofrimento e o luto da perda, mas na certeza do céu nos confortamos e aguardamos o reencontro em Cristo.
Como um sopro, a vida passa!

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